Nome do ícone: “O Salvador entre as potências”
No topo do ícone, as inscrições a cor vermelha IC XC são as iniciais de Jesus Cristo.
No nimbo, que se apresenta atrás da cabeça, (nimbo é o que vulgarmente conhecemos como auréola, ou um resplendor) estão três letras inscritas que significam “Eu sou Aquele que É” – a resposta de Deus à interpelação de Moisés acerca do Nome de Deus, no monte Sinai, segundo o Livro do Êxodo 3,14
Movimentos sugeridos: Parece que tudo gira à volta da figura central, Jesus, mais do que girar em torno das suas vestes e o seu rosto, sobressai no conjunto de maneira especial o livro aberto.
O que está exactamente no centro são os seus rins.
Segundo a cultura judaica poderíamos dizer como este ícone nos diz de maneira discreta que embora sentado no trono, Jesus ressuscitado está a AGIR como Ser Vivente. Não está “recostado”, acomodado. Está vivo! Actuante.
Os pés parecem sugerir um passo em frente, assim como o olhar, em direcção a quem contempla o ícone.
Cores: É representado o dourado/amarelo nas vestes, no nimbo de Jesus Cristo, e naquilo que podemos dizer como base de todo o ícone porque se vê em todo o seu redor. Simboliza a união com Deus, são o sinal da Luz pura e divina, representa o que representa o próprio Sol como origem de Luz e de Vida.
É representada a cor vermelha na zona central e nos cantos. O vermelho é a cor da Actividade, parece mover-se em direcção a quem a observa. Simboliza a Ressurreição, simboliza a acção do Espírito Santo como Fogo. É a cor do calor, do dinamismo, da energia doadora de vida (Sangue).
A cor verde cobre a forma oval. O verde é a cor da Criação, da Esperança, da Regeneração da Humanidade. É por isso a cor que representa a infância e juventude, o crescimento e a nova vida.
Todo o Ícone emana Luz a partir do seu centro.
Figuras e Objectos: As quatro pontas a vermelho fazem lembrar um véu esticado, a representação de uma abóbada. Com a representação das faces dos quatro seres viventes (Homem, Águia, Leão, e Touro, que fizemos com que representassem também, na Nova Aliança, os quatro evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João)
Duas rodas de fogo com asas estão debaixo do trono.
Na zona oval, em verde, estão representados figuras celestes, serafins.
Todo o ícone só poderá ser entendido com a leitura no Antigo Testamento do livro de Ezequiel 1,28-2,10. E também com a leitura no Novo Testamento do livro do Apocalipse 4,1-9.
Ezequiel, profeta do tempo em que o seu povo era escravo exilado na Babilónia, viveu a angústia do seu povo, longe da sua pátria, afastado do culto ao seu Deus, sujeito à influência do culto a divindades pagãs, mas mais que tudo, por estar longe do lugar do Templo onde acreditavam estar a Presença do próprio Deus de Israel.
Então, Ezequiel, através de uma riquíssima linguagem simbólica, vai descrevendo como é que ele intui o agir do seu Deus. Ezequiel "vê" como o seu Deus não consegue ficar indiferente nem longe do Povo que Ele escolheu como Seu.
Usa símbolos repetidamente, como o número 4, para se referir ao Deus que é Senhor dos "4 cantos do mundo" e por isso não pode estar num único lugar. E "vê" como até o trono circular, (símbolo da perfeição) onde Ele Se senta, tem rodas de fogo. E todos os serafins possuindo asas levam também o trono de Deus para onde estiver o Seu Povo.
No Apocalipse, a visão relatada vê como o próprio Jesus ressuscitado, glorificado por Deus Pai, está sentado nesse mesmo trono.
Ezequiel, profeta do tempo em que o seu povo era escravo exilado na Babilónia, viveu a angústia do seu povo, longe da sua pátria, afastado do culto ao seu Deus, sujeito à influência do culto a divindades pagãs, mas mais que tudo, por estar longe do lugar do Templo onde acreditavam estar a Presença do próprio Deus de Israel.
Então, Ezequiel, através de uma riquíssima linguagem simbólica, vai descrevendo como é que ele intui o agir do seu Deus. Ezequiel "vê" como o seu Deus não consegue ficar indiferente nem longe do Povo que Ele escolheu como Seu.
Usa símbolos repetidamente, como o número 4, para se referir ao Deus que é Senhor dos "4 cantos do mundo" e por isso não pode estar num único lugar. E "vê" como até o trono circular, (símbolo da perfeição) onde Ele Se senta, tem rodas de fogo. E todos os serafins possuindo asas levam também o trono de Deus para onde estiver o Seu Povo.
No Apocalipse, a visão relatada vê como o próprio Jesus ressuscitado, glorificado por Deus Pai, está sentado nesse mesmo trono.
1 comentário:
Antes de tudo, deixe-me dar-lhe os parabéns pelo blog e agradecer pela aula de história da arte e dos símbolos da fé, que tive enquanto via e lia os artigos do Blog.
Este meu comentário deve-se a um pormenor deste ícone que me chamou a atenção.
Os pés do nosso Senhor Jesus Cristo, estão sobre uma pedra talhada(já trabalhada), que claramente não faz parte do trono. Realmente esse pormenor fez-me logo pensar na passagem do evangelho de Mateus, “ A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se em pedra angular” . É claro que Cristo é a pedra angular; a pedra angular era a pedra fundamental do sistema construtivo do modo romano; e claro que Cristo é essa pedra para a Humanidade.
Como conheço pouco da cultura e da significação dos ícones, gostava de saber se o facto de o Cristo estar sobre uma pedra, possui algum significado especial.
Muito Obrigado pela sua atenção
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