anjo
A intenção principal do ícone não é apelar à nossa sensibilidade artística da beleza física. A beleza, na cultura dos ícones não é determinada pela forma natural das figuras, mas pelo sua individualidade espiritual, pelo seu ser mais profundo segundo a fé.
Diz João Crisóstomo: “Cada veste, animal ou planta são bons, não por causa da sua forma ou cor, mas pelo serviço que prestam.”
Algumas características que os ícones apresentam:
- Os rostos têm olhos grandes e em forma de amêndoa, orelhas destacadas, nariz longo e fino, boca pequena. Tudo para mostrar que a cada órgão dos sentidos foi dada a Graça Divina, todos esses órgãos são mostrados assim porque já foram santificados e já deixaram de ter as suas funções orgânicas de ser humano biológico
- Nunca é pretendido dar uma sensação a três dimensões, as perspectivas são até aparentemente sem sentido pois apresentam-se completamente invertidas. Tudo para nos dizer que esta não é a realidade física a que os nossos olhos estão acostumados a ver no mundo. Normalmente o chamado “ponto de fuga”, o ponto onde habitualmente todas linhas da perspectiva dos edifícios vão chegar está situado no lugar de quem contempla o ícone.
- Como o ícone representa uma realidade “interior”, espiritual, não mostra também uma fonte de luz natural, e a luz que aparece não provoca sombras. A única luz existente surge do próprio interior das figuras sagradas.
- No ícone podem ser representados vários momentos do mesmo acontecimento, por exemplo, no Nascimento de Jesus não se vê só o menino acabado de nascer mas pode apresentar também a chegada dos Magos do Oriente, os pastores a caminho da gruta, José a ser tentado pelo diabo, e até pode estar também representado o massacre dos inocentes, tudo no mesmo ícone.
Natividade séc XVI
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