Quando se completaram os oito dias, para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus indicado pelo anjo antes de ter sido concebido no seio materno.
Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor» e para oferecerem em sacrifício, como se diz na Lei do Senhor, duas rolas ou duas pombas.
Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor» e para oferecerem em sacrifício, como se diz na Lei do Senhor, duas rolas ou duas pombas.
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(pormenor de um tríptico)
Apresentação de Jesus no Templo,
séc XII, no Mosteiro de Sta. Catarina do Sinai
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Ora, vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor.
Impelido pelo Espírito, veio ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus, a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito.
Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo:
«Agora, Senhor, segundo a tua palavra,
deixarás ir em paz o teu servo,
porque meus olhos viram a Salvação
que ofereceste a todos os povos,
Luz para se revelar às nações
e glória de Israel, teu povo.»
Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.»
Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela, ficou viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações. Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré.
Lc 2, 21-39
Sob um olhar atento...
Entre os nossos irmãos ortodoxos esta
Festa da Apresentação de Jesus no Templo é também chamada de Festa do
Encontro. É o encontro da humanidade com Cristo. É o encontro entre a Antiga
Aliança e a Nova Aliança inaugurada por Jesus.
É o Encontro entre o Homem Velho, Simeão, e o Homem Novo, Jesus.
É o Encontro entre o Homem Velho, Simeão, e o Homem Novo, Jesus.
Todo o ícone é luminoso. O menino está
vestido de luz. A Luz chegou, tal como diz Simeão.
Nele vemos Maria a oferecer Jesus,
de braços estendidos, a Simeão e Ana, anciãos que o acolhem com alegria. José,
um passo atrás, leva as duas pombas para cumprir o ritual.
Todo o conjunto nos sugere o
passo de uma procissão em direcção ao Templo.
Em segundo plano podemos
observar a arquitectura com a habitual despreocupação das proporções e em que
se notam as linhas da perspectiva dos edifícios a apontar para a figura central
do ícone, Maria.
Acima, o véu do Templo,
aberto com a chegada desta “procissão”.
Simeão e Ana, anciãos, ao
mesmo tempo que nos podem fazer lembrar Adão e Eva a acolherem Jesus Salvador,
são também, nesta passagem de Lucas, chamados de profetas. Fazem, portanto,
parte dessa linhagem tão importante na História da Salvação do povo que, atenta,
espera e anuncia a chegada do Messias.
Ana olha directamente para
quem observa o Ícone, e aponta-nos para o Encontro.
Curiosamente, de maneira
especial neste belíssimo segundo ícone, podemos reparar na figura de José como
alguém que se encaminha, hesitante e desajeitado, talvez também deslumbrado, em
direcção ao Mistério. Reparemos no pormenor dos seus pés… ele pisa
inadvertidamente um pé de Ana.
Outro pormenor importante,
sob um olhar mais atento, é o que me parece ser um livro caído entre Maria e o
menino que, pela disposição das mãos, parece ser Maria, a grande fiel e cumpridora da Antiga Aliança e a resposta à espera atenta da chegada do Messias, que deixa cair. Será a Antiga Lei? que, depois de cumprido o seu tempo é deixada aí, junto da arca, para acolher a Nova Aliança... e que pela sua fidelidade atenta, estende os braços, e acolhe Jesus que traz a Nova Lei, a do Amor, com a Nova e eterna Aliança entre Deus e a humanidade...
A figura de Simeão com Jesus nos
braços é iconograficamente rara. Neste abraço vemos uma versão masculina do
Ícone da Ternura que retrata Maria com Jesus. Os ícones em que apenas aparece
Simeão representado com o menino têm inscrições como por exemplo: “Aquele que
leva Deus ao colo” ou “Aquele que acolhe o Senhor”.
O vaso de flores:
Na tradição da iconografia mais antiga, aquele pote seria o que Maria carregava para ir buscar água à fonte no momento em que lhe foi anunciado pelo anjo o nascimento de Jesus.
Aqui o vaso aparece florido. Pode levar-nos a lembrar que o tempo de deserto acabou. Chegou a salvação de Deus na Nova Aliança.
"Abra-se a terra para que floresça a salvação" Is 45,8
"Floriu a vara de Jessé" Is 11,1
Talvez se possa ver também uma referência ao cântaro que a samaritana levava para ir buscar água (Jo 4). Jesus é a água viva, já não é preciso saciar a sede nas antigas fontes.
Floresceu e deu fruto a fertilidade/fecundidade da procura/atenção, da espera do enviado de Deus, e Maria é a imagem do resto fiel que deu esse salto deixando cair Antiga Aliança com o seu Templo e as sua Lei para agarrar Nova Aliança que tem o rosto de Jesus.
O vaso de flores:
Na tradição da iconografia mais antiga, aquele pote seria o que Maria carregava para ir buscar água à fonte no momento em que lhe foi anunciado pelo anjo o nascimento de Jesus.
Aqui o vaso aparece florido. Pode levar-nos a lembrar que o tempo de deserto acabou. Chegou a salvação de Deus na Nova Aliança.
"Abra-se a terra para que floresça a salvação" Is 45,8
"Floriu a vara de Jessé" Is 11,1
Talvez se possa ver também uma referência ao cântaro que a samaritana levava para ir buscar água (Jo 4). Jesus é a água viva, já não é preciso saciar a sede nas antigas fontes.
Floresceu e deu fruto a fertilidade/fecundidade da procura/atenção, da espera do enviado de Deus, e Maria é a imagem do resto fiel que deu esse salto deixando cair Antiga Aliança com o seu Templo e as sua Lei para agarrar Nova Aliança que tem o rosto de Jesus.
Sob um olhar orante...
"O Criador do Adão é levado como menino,
Aquele que ninguém pode conter, deixou-Se conter nos braços de um velho."
" A Simeão que estava quase a abandonar este mundo efémero,
foste apresentado como menino, quando ele te conhecia como Deus perfeito,
e ficou atónito pela tua inefável sabedoria,
e com ele também toda a natureza angélica ficou surpreendida pela grande obra da tua Encarnação,
porque via Aquele que é inacessível como Deus,
acessível a cada um como homem, conversar connosco e escutar-nos a todos."
Hino Akathistos
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